O Nada - Poesia








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Guardo relógios parados
E no silêncio repousa o tic-tac eterno
Guardo calendários antigos
E já desfolhados
Meus dias passam invisíveis

Benditos grilhões metafóricos!
Trago-os sempre comigo
Em segredo

Tento prender-me ao tempo
Ao fechar dos olhos
Vejo o passar dos dias distantes
Latentes, num breve lampejo
A incerteza me congela

Interminável... Suspiro

Temo perder-me no tempo. Só
A ânsia palpitante me remete
À vidas (mal) passadas
E a dor que ancoro ao peito
Tanto aperta que me aporta

Vago neste intrépido mar revolto
Movido ao sabor das dúvidas
Tão salobras

Sem sentido
Vou seguindo
Levado a esmo
Temo por nada
Ser um dia

(Longínquo — Espero)

Ao completar a rota cíclica
E encontrar — triste — certeza:
Nada é tudo

E nada mais é que
O que restou por fim
O que sobrou de mim (?)

Temo por nada

Comentários

AMEI a primeira estrofe, Ju!
Acabei de comentá-lo
lá no Estúdio!

Beijo
e bom feriado!